O Que É TRL e Por Que Ele Está Decidindo o Futuro dos Projetos de Inovação em Editais?
INOVAÇÃO
4/10/20253 min read


Imagine que você tem uma ideia inovadora — daquelas que realmente têm potencial para transformar o mercado. Você acredita no projeto, investe tempo, energia e paixão, busca um edital de fomento, estrutura uma proposta com esmero... e a resposta vem negativa. E então, a pergunta: o que faltou?
Na maioria das vezes, não é a ideia que falha. É a falta de clareza sobre em que estágio de maturidade tecnológica essa inovação realmente está. E é aqui que entra um conceito ainda pouco conhecido fora dos círculos técnicos, mas absolutamente crucial para quem trabalha com inovação: o TRL.
O que é TRL e por que você deveria entender isso hoje?
O TRL — sigla para Technology Readiness Level ou Nível de Prontidão Tecnológica — é uma metodologia padronizada que mede o grau de maturidade de uma tecnologia. Originalmente desenvolvido pela NASA na década de 1970 para gerenciar os riscos técnicos em missões espaciais, o modelo logo se mostrou valioso para qualquer iniciativa de inovação, em qualquer setor da economia.
De lá para cá, a escala TRL foi incorporada por governos, agências de fomento, centros de pesquisa e investidores como uma ferramenta objetiva para mensurar a evolução tecnológica. No Brasil, ela é amplamente utilizada por instituições como a EMBRAPII, FINEP, BNDES, entre outras.
A escala TRL: a bússola da inovação
A escala é composta por nove níveis, que vão desde os primeiros passos da pesquisa até a entrada no mercado:
TRL 1 – Princípios básicos observados
TRL 2 – Conceito tecnológico formulado
TRL 3 – Prova de conceito
TRL 4 – Validação em ambiente de laboratório
TRL 5 – Validação em ambiente relevante
TRL 6 – Demonstração de sistema/modelo em ambiente relevante
TRL 7 – Demonstração em ambiente operacional
TRL 8 – Sistema completo e qualificado
TRL 9 – Sistema comprovado em uso comercial
A utilidade dessa escala vai além do diagnóstico técnico. O TRL organiza o desenvolvimento tecnológico em fases claras e padronizadas, facilitando a comunicação entre equipes, investidores, avaliadores e parceiros estratégicos.
Na prática: como o TRL afeta seu projeto em editais
Hoje, a maioria dos editais de fomento à inovação exige que os projetos estejam em determinados níveis da escala TRL. Por exemplo, programas de desenvolvimento tecnológico da EMBRAPII geralmente trabalham com projetos entre TRL 3 e TRL 6 — do conceito à demonstração em ambiente relevante. Outros, como o programa Horizonte Europa, priorizam soluções mais maduras, a partir de TRL 7.
Ignorar esse alinhamento é um dos erros mais comuns e fatais em processos de submissão. Não basta ter uma boa ideia — é preciso saber em que estágio ela está e se esse estágio é compatível com o que o edital exige.
De acordo com o Observatório da Indústria da CNI, apenas 34% das empresas de base tecnológica conseguem acessar recursos públicos de inovação na primeira tentativa. Um dos principais motivos apontados é justamente a inconsistência entre o TRL real do projeto e os requisitos do edital.
Por que prestar atenção ao TRL é um jogo de inteligência estratégica
Mais do que uma escala técnica, o TRL é uma ferramenta de gestão e estratégia. Ele permite:
Antecipar riscos tecnológicos, mapeando com mais clareza as incertezas técnicas e científicas do projeto.
Planejar melhor recursos e cronogramas, evitando surpresas e custos inesperados.
Atrair investidores mais facilmente, apresentando um diagnóstico confiável da maturidade do projeto.
Construir parcerias estratégicas, com base no que ainda falta para avançar ao próximo nível.
Submeter projetos com mais chances de aprovação, ajustando o escopo ao edital certo.
TRL também é estratégia
O TRL não é só uma ferramenta técnica — é uma poderosa aliada estratégica. Com ela, você pode traçar metas claras, alinhar expectativas com stakeholders, e até usar o estágio atual como argumento para captar recursos em fases específicas de desenvolvimento.
Imagine, por exemplo, que seu projeto está em TRL 4. Isso significa que você já validou a solução em laboratório, e agora precisa testá-la em um ambiente mais próximo do real. Isso já orienta que tipo de parceiros buscar, qual edital faz sentido e que tipo de equipe você precisa montar.
E agora?
Se você está se preparando para submeter um projeto a um edital ou busca fontes de financiamento para sua inovação, pare e reflita: em que TRL você está? O projeto está maduro o suficiente para atender aos requisitos do programa? Quais passos são necessários para avançar de nível?
Responder a essas perguntas pode ser o divisor de águas entre um projeto que fica no papel e uma tecnologia que transforma o mercado.
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